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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Doce Expressão

"... e ela surge
Surge além do mais distante horizonte,
da mais alta nuvem,
do mais profundo oceano.

Surge,
quando a última coisa que viria a cabeça
seria nada mais do que ela.

Surge quando o tal raio de sol não é mais tão brilhoso
quanto se poderia imaginar.

Surge atrás das montanhas,
escondida de tudo e de todos,
como se fosse uma brincadeira:
"Me encontre! Me encontre!".

Surge após o momento
em que sua presença seria essencial,
quando tudo já havia terminado,
tranformando-a em algo insignificante.
"De quê adianta? Não há mais lugar para você aqui!".
Um profundo silêncio.
Uma profunda angústia,
misturada a modéstia do sangue vivo,
correndo nas veias.

A amargura tomando conta, a cada segundo,
do doce fantoche em forma de ser.
Cada movimento, cada gesto,
calculadamente programado,
com toda suavidade, com toda sutileza.
"E de quê adianta?", lhe pergunto outra vez.

Tornei-me as cinzas do monstro uma vez sufocado.
Pode-se matá-lo, mas eu sempre estarei aqui.
Assopre-me, e poderei flutuar,
sonhando que, em algum dia,
minha sentença esteja paga.

Terei minha liberdade
viajando em outros corpos,
me apossando sobre outros espaços,
vivendo em outras dimensões.
Simplesmente, assopre-me!

Me recuse,
ao menos uma vez,
deixando-me tomar o rumo ao qual planejei.
Não quero mais viver nesse labirinto,
onde a saída é vazia,
e o centro, incontrável.

Quero encontrar a mim mesma,
num lugar longe daqui,
onde os raios não batem,
as gotas não agridem,
e as escuridão não assombra.

Quero ser o que surge além do horizonte,
da mais alta nuvem,
do mais profundo oceano...

Apenas liberte o que ainda existe dentro de ti,
e assim, poderei caminhar."



Desculpe-me. Ainda não sei escrever poemas.

Beijos, Raah (:

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