Há apenas a chuva,
Que cai, fria e adormecida, sobre seu corpo
O cenário é formado por cinzas nuvens,
Faces desconhecidas,
Vozes intolerantes,
E o vazio no peito.
O bastante para que pequenas gotículas se formassem.
Gotículas estranhas,
Que não foram feitas pela tal chuva,
Mas sim por quem passava por ela.
Gotículas de refúgio
De medo, aterrorização
De ódio e reparação
Há um lugar pequeno,
Onde o inimaginável acontece.
Um lugar onde ninguém jamais conseguiu alcançar.
Não está em mapa algum.
Nem se quer tem habitantes
É um lugar esquecido
Por tudo e por todos
Descobriu sua chave
A chave que nunca se gastaram a procurar
A cada passo, uma imagem.
Fantasmas em suas lembranças
E a chuva caindo, vagarosamente,
Completando sua andança.
que ela vai todas as noites
Não importa o que aconteça
Ou qual dor a acompanhe
Na doce e fria madrugada
De uma quinta-feira chuvosa
Foi quando ela percebeu
Que não haviam gotículas lá fora
Sem garoas, sem tempestades
Foi apenas a imaginação
De quando se está num quarto escuro
Sem rumo e sem coração