Páginas

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Kiss The Rain

O tempo é mesmo o senhor da razão. É capaz de, num piscar de olhos, mudar todos os sonhos e ilusões que nos cercam. Quando olho pra trás, vejo um mundo tão diferente desse. Eu conseguia sorrir à toa, era boba com minhas atitudes, e não conseguia perceber que a vida estava passando. Me apaixonada facilmente, e por qualquer pirralho que aparecesse na frente. Foi uma época muito engraçada. Morria de raiva por não poder me controlar, chorava por qualquer coisa que me causasse dor ou sofrimento; era uma menina frágil, quebradiça, insegura e sem razões. Hoje me deparo comigo mesma. Com minhas atitudes, minhas relações, meus ideais. Acabei me tornando uma pessoa fria, com medo dos próprios sentimentos. Pra quê demontrar uma lágrima a quem não se interessa em saber a razão de sua vinda. Pra quê viver aqui, se não há algo que faça isso tudo valer a pena. Pra quê continuar, se cada passo que é dado não possui um ponto de chegada.
Queria voltar a ser a ingênua menina, tendo aquele brilho intenso no olhar, risada inocente e beleza interior. Ser a menina que se apaixonava facilmente, e que chorava sem estar escondida. Sentir aquela vontade de pular, e de fazer sorrisos e mais sorrisos se aproximarem. Queria voltar a ser a 'tristinha' que escrevia num diário, contando todas as sábias bobagens que pensava, acreditando mesmo que havia alguém conversando com ela.
"A rosa murchou. A pétala vermelha ficou dourada e quebradiça. Isso não deve ser um bom sinal, não é mesmo? Eu sabia disso antes de ir até lá. Por causa disso, me decepcionei hoje. Esse desastre foi por culpa minha. Tenho que ir. Até amanhã, Q.D." - Escrito em 04 de julho de 2001.
Como esquecer coisas assim? Na hora, não pareciam grande coisa, isso é certo. Mas, após tantos anos, não dá pra explicar o que acontece. Nos sentimos pequenos diante isso tudo. Deixamos de valorizar certas coisinhas, achando que são as piores do mundo. Mas não são. É difícil dizer, mas é a verdade.
Bom, foi um breve desabafo. Obrigada por ler.

Beijos, Raah (:

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Can't fight the devil

Ela estava lá na árvore quebrada
Suas mãos foram todas retorcidas,
Ela estava apontando para mim
Fui condenado pela luz saída de seus olhos

Ela falou com uma voz que interrompeu o céu
Ela disse 'Venha pela triste sombra,
Eu te envolverei em meus braços e você saberá que
Foi salvo'

Permita-me ceder, permita-me ceder,
O demônio não pode lutar,
Então apenas permita-me ceder


Robert P.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pássaro sem asas, boca americana

Eu era um rápido garoto molhado
Mergulhando muito fundo por moedas
Todos os seus olhos iluminados pela rua
Observando meus brinquedos de plástico

E quando a polícia encerrou a feira
Eu cortei meus longos cabelos de bebê
Me roubou um mapa dobrado
E chamou por você por toda parte

Eu te encontrei?
Pássaro sem vôo, ciumento, chorando
Ou te perdi, boca americana?
Grande cartaz pairava

Agora eu sou um gato gordo domesticado
Amaldiçoando minha língua muito dolorida
Assistindo ao ardente veneno de ratos
Enrolando através da enorme fissura na vedação

Mijando em fotos de revista
Aqueles iscas de peixes
Jogadas no frio e limpo
Sangue de Cristo no córrego da montanha
Eu te encontrei?
Pássaro sem vôo, preso, sangrando
Ou te perdi, boca americana?
Grande cartaz, preso ao descer


 Iron & Wine